Sinto em meu peito uma dor inigualável, uma correnteza de emoções confusas.
Ora alegres, ora tristes.
De meus olhos caem lágrimas e mais lágrimas, transparentes, vermelhas rubro, nem sei mais.
Em minhas mãos trémulas e gélidas um cigarro, mais um e outro.
Escuto vindo nem sei de onde uma melódia triste que faz com que meus sentidos se percam ainda mais no abismo em que me encontro.
Não há forças pra sair, reagir impossível.
Permaneço presa no mais escuro de minhas lamentações, sem conhecer o caminho pra voltar.
Busco em outras bocas o sabor daquela que não consigo esquecer.
Comparo beijos e atos, novos sentimentos, não passam de novos fracassos.
Faço escolhas que em tempos remotos já fiz, anseio por atos, atitudes que já vivenciei.
Sonho acordada com um passado distante e tenho pesadelos indiscritivéis quando o sono me consome.
Já não sei mais quem sou o que pretendo, apenas aquilo que mais quero, mais anseio.
Encontrar a felicidade perdida ... perdida não, roubada pelo seu amor, pelo seu ódio, pelo seu ser, por seu coração.
Tirada de mim na entrega de um beijo, e hoje escondida nem sei onde.
Talvez no profundo de minha'lma ...
Nas gotas de sangue que escorrem de meu coração ...
Quem sabe no que não me pertence mais a calma ...
Ou fantasiada nesse misto de liberdade e ilusão ...
Por momentos disfarçada em novos sentimentos, em novos momentos ...
Mas a tristeza vem camuflada em sabores de várias outras bocas.
Que me libertam desse abismo e me atiram em um precípio maior.
Grito desesperadamente, mas minha voz, baixa, rouca.
Não se fez ouvir, não ultrapassou o som dos acordes desse louco amor.
Extraídas do Diário de Vivian Peron (04/08/2008)
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